26 agosto 2007

antropofagia (ou a tropicália nunca terá fim)

Se eu fosse jovem em 1922, tenho certeza que adoraria participar, de alguma forma, mesmo que fosse comendo gente, do movimento cultural que o Brasil via despontar a partir das mentes brilhantes e revolucionárias daquela galera maravilhosa que deixou a burguesia enraivecida e sem graça. E se eu fosse jovem em 1968, teria feito parte do movimento tropicalista, sem sombra de dúvida, da meneira que fosse possível. Tudo isso porque, sendo jovem em 2007, acredito no rocknroll como a coisa mais antropofágica do mundo e sou seguidor disciplinado de algumas vertentes desse fenômeno mundial. Todo o processo de reciclagem que o rock é capaz de fazer, completamente consciente, faz dele a mentira sincera mais revolucionária que esse mundo já viu. Não restam dúvidas de que no rock, hoje, pode-se chupar um pouco dos Stones, fazer uma colagem com os Beatles, trepar com o Clash, pegar uns acordes emprestados dos Pixies e uns gritos do Nirvana para fazer valer uma nova canção. O rock é pirata, sim, Depp. O rock é um pirata antropofágico! Ah, e eu ainda não comi a Madonna.

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